segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Tendência Progressista



FONTES: Democratização da escola pública. A pedagogia crítico-social dos conteúdos. José Carlos Libâneo. Edições Loyola.
História da Educação. Paulo Ghiraldelli Jr. Editora Cortez.
Tendência Progressista
O temo empregado por Snyders (George Snyders) é usado aqui para designar tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.  Evidentemente, a pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista.
A pedagogia progressista tem-se manifestado em três tendências: a Libertadora (mais conhecida como Pedagogia de Paulo Freire), Libertária (que reúne defensores da autogestão pedagógica) e a Crítico-social dos conteúdos (que diferencia das anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais).
As versões Libertadora e Libertária têm em comum o antiautoritarismo, a valorização da experiência vivida como base da relação educativa e a ideia da autogestão pedagógica. Em função disso, dão mais valor ao processo de aprendizagem grupal (a participação em discussões, assembléias, votações) do que aos conteúdos de ensino. Como decorrência, a prática educativa somente faz sentido numa prática social junto ao povo, razão pela qual preferem as modalidades de educação popular “não–formal”.
A tendência crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora da pedagogia tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entende a escola como mediação entre o individual e o social, exercendo aí a articulação entre transmissão dos conteúdos e assimilação ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto de relações sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente reelaborado.
Pedagogia
Progressista

CONTEÚDOS
MÉTODOS
RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
Libertadora

Papel da escola – Não é próprio da Pedagogia Libertadora falar de ensino escolar, já que sua marca é a atuação “não-formal”. Entretanto, professores e educadores engajados no ensino escolar vêm adotando pressupostos dessa pedagogia. Assim, quando se fala na educação em geral, diz-se que ela é uma atividade na qual professores e alunos, mediatizados pela realidade que apreendem e da qual extraem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de transformação social. Tanto a educação tradicional, denominada “bancária” – que visa apenas depositar informações sobre o aluno - , quanto a educação renovada – que pretendia uma libertação psicológica individual – são domesticadoras, pois em nada contribuem para desvelar a realidade social da opressão. A educação libertadora, ao contrário, questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e cm os outros homens, visando a uma transformação – daí ser uma educação crítica.

A pedagogia libertadora surge entre os movimentos de educação popular.
Nasceu da conformação superestrutural da época. Teoricamente foi forjada por três ideários muito presentes no início dos anos 60. De um lado o nacionalismo-desenvolvimentista, cuja ideologia permeou o período. De outro, o novo pensamento social da esquerda católica (solidarismo cristão). Por fim, a vertente propriamente pedagógica, o escolanovismo, que praticamente dominou a intelectualidade liberal no final dos anos 50. Os escritos de Paulo Freire dos anos 50 e 60 serviram de alicerce para a construção da Pedagogia Libertadora, Tal concepção afirmava ter o homem vocação para “sujeito da história”, e não para objeto, mas que no caso brasileiro esta vocação não se explicitava, pois o povo teria sido vítima do autoritarismo e do paternalismo correspondente à sociedade herdeira de uma tradição colonial e escravista.
“A Pedagogia deveria, então, forjar uma nova mentalidade, trabalhar para a conscientização do homem” brasileiro frente aos problemas nacionais e engajá-lo na luta política.
Todo ato educativo é um ato político.
O educador “humanista revolucionário”, “ombreando com os oprimidos”, deveria colocar sua ação político-pedagógica a serviço da transformação da sociedade e da criação do “homem novo”.
A Pedagogia Libertadora buscava uma educação comprometida com os problemas da comunidade, o local onde se efetivava a vida do povo. A comunidade permaneceu, então, como ponto de partida e ponto de chegada. Daí as teses do ensino regionalizado, comunitário, ligado aos costumes e à cultura do local de vida da população a ser educada.
Conteúdos extraídos da realidade – extraídos da problematização da prática de vida dos educandos.
Os conteúdos tradicionais são recusados porque cada pessoa, cada grupo envolvidos na ação pedagógica dispõem em si próprios, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte.
O importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como “invasão cultural” ou “depósito de informação”, porque não emerge do saber popular. Se forem necessários textos de leitura, estes deverão ser redigidos pelos próprios educandos com a orientação do educador.
Temas geradores
Conteúdo emergente do saber popular
Importante é a relação conteúdo com a experiência vivida.
Vivência em conjunto com os educandos tomando contato com a sua vida comunitária.
Temas geradores – através do diálogo, humilde e horizontal. Resgatando temas geradores, previamente sentidos em dias anteriores, quando da integração do educador-educando na comunidade.
Problematização – O que implica a idéia de que ninguém educa ninguém e também ninguém se educa a si mesmo; os homens se educam “em comunhão”, mediatizados pelo mundo.
A educação problematizadora seria aquela capaz de proporcionar aos educandos o desenvolvimento do poder de captação e da compreensão do mundo, das relações dos homens com o mundo, da realidade mutável e transformável pelos homens.
Conscientização – O pensar crítico, o pensar capaz de procurar a causalidade profunda dos acontecimentos. O pensar crítico capas de promover num primeiro momento a conscientização, se resumiria num processo de “desvelamento da realidade”.
Ação social – A educação como conscientização seria, assim “práxis social” de liberação de todos os homens da opressão. Ação social transformadora.
Educador-educando – Aquele que convive e aprende a vida e os problemas da comunidade do educando-educador. Não existe aquele que sabe tudo, e ensina, e aquele que nada sabe, e é ensinado.
Libertária
Papel da escola – Espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. A idéia básica é introduzir modificações institucionais, a partir dos níveis subalternos que, em seguida, vão contaminando todo o sistema. A escola instituirá, com base na participação grupal, mecanismos institucionais de mudança (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações etc.), de tal forma que o aluno, uma vez atuando nas instituições externas, leve para lá tudo o que aprendeu.
Há, portanto, um sentido expressamente político. Representantes: Freinet, Miguel Gonzáles Arroyo entre outros. A pedagogia libertária está associada às primeiras organizações do proletariado urbano no Brasil. Desenvolveu-se no sentido da transformação sócio-econômica vigente, procurando moldar o ensino para a construção de um novo homem e de uma nova sociedade. Para o pensamento libertário, a tríade capitalismo, Estado e Igreja representava a velha sociedade que deveria sucumbir para das lugar à sociedade anarquista-comunista, sem divisão de classes, sem hierarquia burocratizada, sem centralização do poder
As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas. Importante é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo, suas necessidades e interesses manifestos através de uma participação crítica.
Conhecimento aqui não é a investigação cognitiva do real, para extrair dele um sistema de representações mentais, mas a descoberta de respostas às necessidades e às exigências da vida social.
Os métodos de aprendizagem são buscados e encontrados graças a iniciativa própria e sem qualquer forma de poder.
É na vivência grupal, na forma de autogestão, que os alunos buscarão encontrar as bases mais satisfatórias de sua própria “instituição”, graças a sua própria iniciativa e sem qualquer forma de poder. Trata-se de colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o conjunto da vida, as atividades e a organização do trabalho no interior da escola.
Somente o vivido, o experimentado é incorporado e utilizável em situações novas.Assim, o critério de relevância do saber sistematizado é seu possível uso prático. Por isso mesmo, não faz sentido qualquer tentativa de avaliação da aprendizagem, ao menos em termos de conteúdo. A motivação está no interesse em crescer dentro da vivência grupal., pois supõe-se que o grupo devolva a cada um de seus membros a satisfação de suas aspirações e necessidades.
Afirma o indivíduo como produto social e que o desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo.
Os alunos têm liberdade para trabalhar.
O professor é um orientador e um catalizador. Ele se mistura ao grupo para uma reflexão comum. Entretanto, essa liberdade de decisão tem um sentido bastante claro: se um aluno resolve não participar, o faz porque não se sente integrado, mas o grupo tem responsabilidade sobre este fato e vai se colocar a questão; quando o professor se cala diante de uma pergunta, seu silêncio tem um significado educativo que por, por exemplo, ser uma ajuda para que o grupo assuma a resposta ou a situação criada.
Crítico-social dos conteúdos
Papel da escola – A difusão de conteúdos é sua tarefa primordial. Mas conteúdos vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das realidades sociais. Valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, a função da pedagogia “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas a partir das condições existentes. A condição para que a escola sirva aos interesses.
Não constitui um corpo homogêneo de autores e idéias. “É mais correto dizer que os teóricos críticos estão unidos em seus objetivos: fortalecer aqueles sem poder e transformar desigualdades e injustiças sociais existentes”. (MCLAREN, 1997: 192) Embora vinculada à obra de educadores ingleses e americanos, a Pedagogia Crítica é fortemente influenciada pela Pedagogia Libertadora de Paulo Freire.
São conteúdos culturais, universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados em face das realidades sociais.  Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados; é preciso que se liguem, de forma indissociável, a sua significação humana e social.
Essa maneira de conceber conteúdos do saber não estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou espontâneo, mas uma relação de continuidade em que, progressivamente, se passa da experiência imediata e desorganizada ao conhecimento sistematizado. Não que a 1ª apreensão da realidade seja errada, mas é necessária a ascensão a uma forma de elaboração superior, conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do professor.
Se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber vinculado às realidades sociais, é preciso que os metidos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes possam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade (prática social).
O método relaciona a prática vivida com os conteúdos propostos, momento em que se dará a “ruptura” em relação à experiência pouco elaborada. Tal ruptura é apenas possível com a introdução explícita, pelo professor, dos elementos novos de análise a serem aplicados criticamente à prática do aluno. Em outras palavras, uma aula começa pela constatação da prática do real, havendo em seguida, a consciência dessa prática no sentido de referi-la aos termos do conteúdo proposto, na forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor. Vai-se da ação à compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, o que não é outra coisa senão a unidade entre teoria e prática.
Enfatiza o papel transformador que o professor pode cumprir enquanto intelectual. Isto pressupõe não apenas que os professores se engajem, mas que atuem em todos os espaços possíveis.
A Pedagogia Crítica parte da realidade dos educandos e toma os seus problemas e necessidades como ponto de partida. Os educadores críticos salientam “que qualquer prática pedagógica verdadeira exige um compromisso com a transformação social, em solidariedade com grupos subordinados e marginalizados. Isto transmite, necessariamente, uma opção preferencial pelo pobre e pela eliminação das condições que geram sofrimento humano”. (MCLAREN: 1997: 194).
MCLAREN, Peter. (1997) A Vida nas Escolas: Uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação. Porto Alegre: Artes Médicas
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Pedagogia Liberal




Pedagogia
Liberal

CONTEÚDOS
MÉTODOS
RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
TRADICIONAL

Papel da escola – a Preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O compromisso da escola é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O caminho cultural em direção ao saber é o esmo para todos os alunos, desde que se esforcem.
Conhecimentos e valores acumulados pela geração e passados como verdades;
Conteúdos separados das experiências dos alunos e das realidades sociais;
Conteúdo descontextualizado.

Exposição da matéria e/ou demonstração;
Ênfase nos exercícios, repetições de fórmulas e na memorização.;
Tanto a exposição quanto à análise são feitas pelo professor, observados os seguintes passos:
Preparação do aluno
Recordação da matéria anterior
Apresentação
Associação
Generalização
Aplicação

O ensino consiste em repassar conhecimentos
A capacidade de assimilação da criança é idêntica do adulto, apenas menos desenvolvida.
Programas com progressão lógica, estabelecida pelos adultos, sem considerar características próprias de cada criança.
Aprendizagem é mecânica.
Avaliação se dá por verificação de curto prazo (exercícios orais, exercícios de casa) e de prazo mais longo (provas escritas, trabalhos de casa).
Reforço negativo (punição, notas baixas, apelo aos pais; às vezes positivo ( classificação, emulação)

Predomina a autoridade do Professor e na atitude receptiva do aluno;
Disciplina imposta para assegurar a atenção e silêncio.
RENOVADA PROGRESSIVISTA

Papel da escola – Adequar as necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve retratar, o quanto possível, a vida. Todo ser dispõe dentro de si de mecanismos de adaptação progressiva ao meio e de uma seqüente integração dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio de experiências que devem satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as exigências sociais.
Conhecimento resulta da ação a partir dos interesses dos alunos e das exigências sociais;
Conteúdos estabelecidos em função das experiências;
Trata-se do aprender a aprender, ou seja, o mais importante é o processo de aquisição do que o saber propriamente dito - Valorização do processo de aquisição do saber;
Valorização dos processos mentais e habilidades cognitivas.
Conteúdos organizados racionalmente.

Aprender fazendo;
Pesquisa, descoberta, o estudo do meio natural e social, método de solução de problemas;
Importância do trabalho em grupo como condição básica do desenvolvimento mental;
Embora os métodos variem, as escolas ativas ou novas (Dewey, Declory, Cousinet e outros) partem sempre de atividades adequadas à natureza do aluno e às etapas do desenvolvimento.
Passos básicos do Método Ativo:
Colocar o aluno numa situação de experiência
O problema deve ser desafiante
O aluno deve dispor de informações e instruções que lhe permitam pesquisar a descoberta de soluções
Soluções provisórias devem ser incentivadas e ordenadas
Garantir a oportunidade de colocar as soluções à prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida.

A motivação dependa da força de estimulação do problema e das disposições internas e interesses do aluno Aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador.
É retido o que se incorpora à atividade do aluno pela descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações.
Avaliação tenta ser eficaz à medida que os esforços e os êxitos são pronta e explicitamente reconhecidos pelo professor.

Os princípios da pedagogia nova influenciam muitos professores. Sua aplicação é reduzidíssima, não somente pela falta de condições objetivas como também porque se choca com uma prática basicamente tradicional Alguns métodos são adotados em escolas particulares, como método Montessori, o método dos centros de interesse de Declory, o método de projetos de Dewey.

O ensino básico na psicologia genética de Piaget tem larga aceitação na educação infantil
Não há lugar privilegiado para o professor;
Papel do professor é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança; se intervêm é para dar forma ao raciocínio dela.
Disciplina surge de uma tomada de consciência dos limites da vida em grupo;
Aluno participante, respeitador das regras do grupo.
RENOVADA NÃO DIRETIVA

Papel da escola –  A formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com problemas psicológicos  do que  com os pedagógicos ou sociais.  Todo esforço está em estabelecer um clima favorável a uma atitude de mudança dentro do indivíduo, isto é, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.
É secundária a transmissão de conteúdos;
Processos de ensino visam facilitar aos alunos meios paras busca de conhecimentos;
Ênfase nos processos de desenvolvimento das relações e da comunicação.

Os métodos usuais são dispensados, prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do professor em desenvolver um estilo   próprio para facilitar a aprendizagem;
O objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos de melhor relacionamento, como condição para o crescimento pessoal;
A motivação resulta do desejo de adequação pessoal na busca da autorrealização. É, portanto, um ato interno. Ela aumenta quando o sujeito desenvolve o sentimento de que é capaz de agir em termos de atingir suas metas pessoais, isto é, desenvolver a valorização do “eu”;
Aprender portanto, é modificar suas próprias percepções, daí que apenas aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. Resulta que a retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, ou seja, o que não está envolvido com o “eu” não é retido e nem transferido. Portanto, a avaliação escolar perde inteiramente sentido, privilegiando a autoavaliação.

O inspirador da pedagogia não-diretiva é C. Rogers, na verdade mais um psicólogo clínico que um educador. Suas ideias influenciaram um número expressivo de educadores e professores, principalmente orientadores educacionais e psicólogos escolares que se dedicam ao aconselhamento.
Menos recentemente, pode-se citar também tendências inspiradas na escola de Summerhill do educador inglês A. Neill.
A função do professor restringe-se a ajudar o aluno a se organizar, utilizando técnicas de sensibilização em que os sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças;
Rogers explicita algumas características do professor: facilitador, aceitação da pessoa do aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena convicção na capacidade de autodesenvolvimento do estudante.
Toda intervenção do professor é inibidora da aprendizagem.
TECNICISTA

Papel da escola – Modeladora do comportamento humano, através de técnicas específicas.
À  educação escolar compete organizar o processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do sistema social global.
Seu interesse imediato é produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente,informações precisas, objetivas e rápidas.
Informações ordenadas numa seqüência lógica e psicológica por especialistas;
Conteúdos decorrente da Ciência Objetiva (conhecimento observável e mensurável);
Material instrucional encontrado na sistematização dos manuais e/ou módulos de ensino. Nos dispositivos audiovisuais, livros didáticos etc.
Procedimentos e técnicas que assegurem a transmissão/recepção de informações através do controle das condições ambientais.
Se a primeira tarefa do professor é modelar respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a principal é conseguir o comportamento adequado pelo controle do ensino; daí a importância da tecnologia educacional.
A tecnologia educacional é a aplicação sistemática de princípios científicos comportamentais e tecnológicos a problemas educacionais, em função de resultados efetivos, utilizando metodologia e abordagem sistêmica abrangente.Três componentes básicos:
Objetivos instrucionais operacionalizados em comportamentos observáveis e mensuráveis,
Proc3edimentos instrucionais e
Avaliação.

Etapas básicas do processo ensino-aprendizagem: Estabelecimento do comportamento terminal, através de objetivo instrucional
Análise da tarefa de aprendizagem, a fim de ordenar sequencialmente os passos da instrução,
Executar programa, reforçando gradualmente respostas corretas correspondentes aos objetivos.
As teorias de aprendizagem  que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem que aprender é uma questão de modificação do desempenho. O ensino é um processo de condicionamento através do uso de reforço das respostas que se quer obter. Há o controle do  comportamento individual.
Enfoque diretivo do Ensino.
Segundo Skinner, o comportamento aprendido é uma resposta a estímulos externos, controlados por meio de reforços que ocorrem com a resposta ou depois dela. Entre outros autores que contribuem para os estudos de aprendizagem destacam-se: Skinner, Gagné, Bloom e Mager.
A influência da pedagogia tecnicista remonta à segunda metade dos anos de 50. Entretanto foi introduzida mais efetivamente no Brasil no final dos anos 60 com o  objetivo de adequar o sistema educacional à orientação político-econômica do regime militar: inserir a escola nos modelos de racionalização do sistema de produção capitalista.

Relações estruturadas em papéis bem definidos:
O professor administra as condições de transmissão da matéria, conforme um sistema instrucional eficiente e efetivo em termos de resultados da aprendizagem; o aluno recebe, aprende e fixa informações.
O professor é apenas um elo de ligação entre a verdade científica e o aluno.
A comunicação entre professor e aluno tem caráter exclusivamente técnico, que é o de garantir a eficácia da transmissão de conhecimento.
Debates, discussões e questionamentos são dispensáveis.

Pedagogia Liberal
“O termo liberal não tem o sentido de avançado, democrático, aberto, como costuma ser usado. A doutrina liberal apareceu como justificativa do Sistema Capitalista que, ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classes. A Pedagogia Liberal, portanto é uma manifestação própria desse tipo de sociedade”. (p.21)

(.)
“A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois embora difunda a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em consideração a desigualdade de condições. Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a Pedagogia Tradicional, por razões de recomposição da hegemonia burguesa, evoluiu para a Pedagogia Renovada (também denominada escola nova ou ativa), o que não significou a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e convivem na prática escolar.
Na tendência tradicional, a pedagogia liberal se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultua geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor-aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. É a predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual.
A tendência liberal renovada acentua, igualmente, o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. Mas a educação é um processo interno, não externo; ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida presente, é parte da própria experiência humana. A escola renovada propõe um ensino que valorize a autoeducação (o aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela atividade, um ensino centrado no aluno e no grupo. A tendência liberal renovada apresenta-se, entre nós, em duas versões distintas: a renovada progressivista, ou pragmatista, principalmente na forma difundida pelos pioneiros da educação nova, entre os quais se destaca Anísio Teixeira (deve-se destacar, também a influência de Montessori, Declory e, de certa forma,
Piaget); a renovada não diretiva, orientada para os objetivos da autorrealização (desenvolvimento pessoal) e para as relações interpessoais, na formulação do psicólogo norte-americano Carl Rogers”. (p. 22)
“A tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade, tendo como função a preparação de “recursos humanos” (mão de obra para a indústria). A sociedade industrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas economias, sociais e políticas, a educação treina (também cientificamente) nos alunos os comportamentos de ajustamento a essas metas. No tecnicismo acredita-se que a realidade contém em si suas próprias leis, bastando aos homens descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma) de descoberta e aplicação. A tecnologia (aproveitamento ordenado de recursos, com base no conhecimento científico) é o meio eficaz de obter a maximização da produção e garantir um ótimo funcionamento da sociedade; a educação é um recurso tecnológico por excelência. Ela é encarada como instrumento capaz de promover, sem contradição, o desenvolvimento econômico pela qualificação da mão de obra, pela redistribuição da renda, pela maximização da produção e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento da ‘consciência política indispensável à manutenção do Estado autoritário’. Utiliza-se basicamente do enfoque sistêmico, da tecnologia educacional e da análise experimental do comportamento”. (p. 23-24)


José Carlos Libâneo
Livro: Democratização da escola pública
A pedagogia crítico-social dos conteúdos

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PLANO DE AULA

Nome: ____________________________________________
Turma: ______________________ Data: ________________

ALGUNS OBJETIVOS PARA PLANO DE AULA

Apontar, definir, descrever, selecionar, registrar, mostrar, identificar, exemplificar, enumerar, listar, marcar, identificar, relacionar, diferenciar, relatar, nomear, debater, definir, deduzir, demonstrar, ilustrar, interpretar, localizar, expressar, discutir, expor, narrar, selecionar, calcular, construir, aplicar, elaborar, efetuar, manusear, medir, experimentar, montar, resolver, provar, utilizar, produzir, cortar, escrever, dramatizar, desenhar, discriminar, usar, comparar, criticar, analisar, decompor, detalhar, determinar, estabelecer, explicar, investigar, separar, posicionar, apresentar, combinar, criar, organizar, descobrir, reunir, escolher, concluir, representar, relatar, compor, destacar, verificar, situar, riscar, cooperar, participar, respeitar, ler, observar, recortar, saltar, etc.



SIMULANDO UM PLANO DE AULA
Escolha um ano entre 1º  e o 5º ano do Ensino Fundamental
Escolha um tema
Escolha o conteúdo (1 conteúdo que possa relacionar duas áreas do conhecimento)
Elabore três ou mais objetivos
Elabore o desenvolvimento (apresentação, estratégias), forma de avaliação e cite os recursos utilizados.