O PPP é uma proposta inovadora e alinhada aos novos paradigmas e
aspirações da nossa sociedade, de todos nós! Um documento rico e valoroso
quando realmente construído nas bases democráticas, filosóficas, culturais
representando o desejo e necessidades da comunidade escolar, sem esquecer da
importância de ser fruto da organização sistemática da instituição, fruto da
seriedade, responsabilidade, fundamentado e metodologicamente elaborado. Sem
dúvida, o PPP é uma possibilidade de melhoria do ensino brasileiro, se
pensarmos educação como um processo
que vai além dos muros da escola. Compreendendo o espaço escolar como campo de
aprendizagem, interação, conscientização e exercício da cidadania. Estamos
acostumados a viver numa sociedade autoritária e conformista. O PPP acena com o convite de promover o
diálogo dentro deste ambiente que não deixa de vivenciar os conflitos e
contradições da nossa sociedade por isso.
No entanto, o PPP não é “a solução”, um fim em si mesmo. Ele é um
caminho. E caminho se entende por trajeto, construção. Esse trajeto se faz durante o percurso. Não
há uma fórmula, o que há são possibilidades de “pensar o diferente”, o “como
poderia ser”. A grande angústia que sentimos na escola, falo enquanto profissional
da educação, é nos percebermos instrumentos de um autoritarismo, muitas vezes,
velado, fazendo parte de um processo de desconcentração neoliberal tão
sutilmente estruturado na sociedade globalizada.
Até onde o gestor na
instituição pública tem autonomia e condições de estrutura material e humana
junto à comunidade escolar para definir diretrizes, ações e objetivos, se
muitas vezes, muitas vezes a escola, conforme cita o próprio texto, desempenha
um papel de operacionalizar pacotes educacionais do governo? Ainda estamos
presos à burocratização do sistema. A dimensão política não pode ser esquecida,
não podemos ser ingênuos, mas também não podemos perder a esperança. A escola
não é a solução de problemas sociais, ela é o espaço de pensar, refletir,
experimentar e instrumentalizar o homem para atuar e se relacionar com as
ferramentas e brinquedos, lembrando o texto de Rubem Alves “Gaiolas e Asas”.
É um processo de amadurecimento e de libertação, conforme diria Paulo
Freire, lento. Construído cotidianamente. As grandes mudanças não acontecem de
uma hora para outra, elas são construídas histórica e socialmente em pequenas
mudanças. Daí a importância de
conscientização enquanto parte do processo, enquanto sujeito histórico e
responsável nesta dinâmica de viver a democracia e o exercício da cidadania.
Todos têm algo para contribuir
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