terça-feira, 30 de julho de 2013

REFLEXÃO - PPP



O PPP é uma proposta inovadora e alinhada aos novos paradigmas e aspirações da nossa sociedade, de todos nós! Um documento rico e valoroso quando realmente construído nas bases democráticas, filosóficas, culturais representando o desejo e necessidades da comunidade escolar, sem esquecer da importância de ser fruto da organização sistemática da instituição, fruto da seriedade, responsabilidade, fundamentado e metodologicamente elaborado. Sem dúvida, o PPP é uma possibilidade de melhoria do ensino brasileiro, se pensarmos educação como um processo que vai além dos muros da escola. Compreendendo o espaço escolar como campo de aprendizagem, interação, conscientização e exercício da cidadania. Estamos acostumados a viver numa sociedade autoritária e conformista.  O PPP acena com o convite de promover o diálogo dentro deste ambiente que não deixa de vivenciar os conflitos e contradições da nossa sociedade por isso.
No entanto, o PPP não é “a solução”, um fim em si mesmo. Ele é um caminho. E caminho se entende por trajeto, construção.  Esse trajeto se faz durante o percurso. Não há uma fórmula, o que há são possibilidades de “pensar o diferente”, o “como poderia ser”. A grande angústia que sentimos na escola, falo enquanto profissional da educação, é nos percebermos instrumentos de um autoritarismo, muitas vezes, velado, fazendo parte de um processo de desconcentração neoliberal tão sutilmente estruturado na sociedade globalizada. 
Até onde o gestor na instituição pública tem autonomia e condições de estrutura material e humana junto à comunidade escolar para definir diretrizes, ações e objetivos, se muitas vezes, muitas vezes a escola, conforme cita o próprio texto, desempenha um papel de operacionalizar pacotes educacionais do governo? Ainda estamos presos à burocratização do sistema. A dimensão política não pode ser esquecida, não podemos ser ingênuos, mas também não podemos perder a esperança. A escola não é a solução de problemas sociais, ela é o espaço de pensar, refletir, experimentar e instrumentalizar o homem para atuar e se relacionar com as ferramentas e brinquedos, lembrando o texto de Rubem Alves “Gaiolas e Asas”.
É um processo de amadurecimento e de libertação, conforme diria Paulo Freire, lento. Construído cotidianamente. As grandes mudanças não acontecem de uma hora para outra, elas são construídas histórica e socialmente em pequenas mudanças.  Daí a importância de conscientização enquanto parte do processo, enquanto sujeito histórico e responsável nesta dinâmica de viver a democracia e o exercício da cidadania.
Todos têm algo para contribuir

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